domingo, 30 de maio de 2010

E sentado no banco do ônibus com ela ao meu lado percorrendo um caminho que eu desconhecia perfeitamente, mas sabendo onde era o fim me senti como que em forma de luz. Sentado naquele banco eu era ao mesmo tempo tudo o que o tudo pode dizer e o nada daquilo palpável às mãos, ou sim. Fazia tanto tempo que não me assolava uma coisa dessas que não sabia que palavras usar. Achei melhor usar palavra nenhuma. Eu estava ali e estava voando no céu. Envolto em uma numa luz branca. Pura. Há quanto tempo eu não me sentia assim? E ao fazer essa pergunta me vieram torrentes: completamente leve, flutuante, vivo e vivíssimo! “Apaixonado! Me apaixonei sem perceber”. E comecei a rir por dentro, gargalhar. Consegui achar as pedaços de frases que traduziam o que sentia. E elas quase que me saíram pela boca. Mas o vôo era alto, tão alto que não consegui abrir a boca. Fiz do meu silêncio a minha fala. Ri e rio com leveza.

Eu rio com leveza
Quando no teu rio estou
Eu rio com destreza
Quando no teu rio vou
Eu rio da beleza
Que no teu rio é vôo
Eu rio com a certeza
Quando no teu rio sou:
Navegante